Mauricio Konzem x Leonardo Bortolotti - III Copa dos Campeões

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  2. A sequencia de lances de Maurício me fez pensar que talvez ele fosse jogar o Ataque Velimirovic, mas não jogou, já que preferiu 8.0-0 a 8.De2 e 9.0-0-0. As pretas provavelmente disperdiçaram boas oportunidades ao evitar jogar, por alguma razão, b5-b4 nos lances 9 e 10, e após 11.a3! a chance nunca mais se apresentaria. Subestimei a partida das brancas quando joguei 11...d5, a posição do cavalo-d4 branco é muito mais forte do que eu supunha. Pensei por um longo tempo antes de jogar 15...Cc4, suspeitando de que não fosse a melhor estratégia, mas também não havia achado nenhuma melhor. Passei por uma fase um tanto ruim na partida, já que simplesmente não consegui prever os próximos lances de Maurício. Após 21.Bg3, talvez fosse melhor 21...Da7!? 22.Bf2 Da8, já que após 21.Bg3 Db6 simplesmente não vi 22.Cb3!, e após 22...Bd5 também não previ 23.Cc5!, e depois de Cd3-Cf4 e as trocas em d5, a partida era talvez igualada já que mesmo que se troque todos os peões do flanco-dama e que as pretas ganhem um peão, havia chances de empate se as pretas tivessem 4 peões contra 3 peões brancos com bispos ou torres. Isso me deixou um tanto desanimado, mas procurei então manter minhas peças o mais ativas possível, e vencer devido à força das peças, e não a ganhar peões, mas tudo isso me fez consumir bastante tempo no relógio. Depois de 32.Be1 não sabia [e ainda não sei!] se não eram melhores 32...Da2!? ou 32...b3!?. Acredito que as pretas erraram com 33.Rh1, simplesmente 33.Bf2 parece satisfatório [33.Rf1 deixa cravada a torre-d3 e isso também deve ser bom paraas pretas], e então após 33...Bf6 43.Be1, eu tentaria avançar meu peão-b ou jogar Da2. Agora, após 33.Rh1, há temas de mate em f1, por isso as pretas devem ter boa vantagem e comecei a ficar otimista. As pretas poderiam jogar Ta8-Ta2 e o mate em f1 está sempre presente. Tão otimista que assim que possível joguei 36...Ta8, e as brancas tentam uma discreta armadilha com 37.De2!, e minha grande mente otimista joga imediatamente 37...Ta2??, simplesmente ignorando a ideia do meu 33º lance de jogar ...Rg7 antes de tirar minha torre da 8ª fileira... Realmente essa era a hora! Mas eu desculpo a mim mesmo, já que eu estava apurado de tempo [devia ter a metade de tempo do meu rival, cerca de 15min e ele 30min, o que pode ser pouco tempo dependendo do que fosse acontecer e de quantos lances a partida fosse durar] e que o fato de eu estar otimista é que me fez errar, e que o quieto lance 37.De2, depois de 34.Dd2, que permitiria 38.Bd2 em resposta a 37...Ta2, era difícil de perceber que na verdade permitiria 38.Td8+, etc...

    Por outro lado, Konzen tem seu crédito. Jogou rápido e forte o suficiente para eu me preocupar com o tempo e cometer um erro grave por causa disso, e soube criar uma oportunidade no momento exato e não a deixou escapar. Como ele disse após a partida, "Foi a maior vitória da minha carreira enxadrística!"

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  3. Os 3 "!" após meus lances postados no comentário de Bortolotti reforçam minha afirmação citada acima.
    Estrategicamente, conduzi a partida qual um time de futebol contra um adversário reconhecidamente superior, tentando manter a igualdade com todas as forças e aguardado um contra-ataque para definir a partida.
    Acredito que o cavalo em d4 foi peça chave para "segurar" o ímpeto das negras. Mesmo sem se movimentar por longo tempo, foi se fortalecendo conforme a posição se modificava a sua volta. Didaticamente, pode-se dizer que foi o triunfo de um princípio básico: cavalo centralizado e ativo.
    Só troque o cavalo quando o jogo se encaminhava para o final, e o troquei pelo domínio da coluna d pela torre branca. Àquela altura da partida, era uma boa vantagem para as brancas, que já estavam em evidente e progressiva desvantagem posicional.
    A chance que esperava desde o início apareceu com 36...Ta1, momento no qual as negras abandonam a pressão duradoura sobre o peão branco e preparam ataque pela ala da dama com a torre. O apuro de tempo das negras me impulsionou a pensar que talvez Bortolotti não enxergasse o golpe tático contido em 37.De2. Também o fato de que, caso não desse certo não comprometeria minha defesa. Mas o último pensamento que cruzou minha mente antes do lance decisivo foi um velho ditado: Quem não arrisca não petisca.
    Foi um grande jogo. A maior vitória da minha "carreira enxadrística"!

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